Enquanto ainda se faz urgente a presença do negro na mídia brasileira, a jornalista Thaís Bernardes, de 36 anos, moradora da Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, e idealizadora do “Notícia Preta”, site de jornalismo antirracista e um dos principais portais de notícias pretas do país, que nesta semana completou a marca de 300 mil seguidores no Instagram, celebra um importante passo na sua carreira…
Ela estreou como apresentadora da TV Futura, canal de televisão, no Tik Tok.
Embora tenha uma vasta experiência em outras áreas da comunicação, estar na frente das câmeras sempre foi um dos sonhos da jornalista. “Estou na emissora desde fevereiro quando entrei para cobrir licença-maternidade de uma colega, prosseguindo até setembro. Havia uma proposta do canal de se lançar no Tik Tok e, sabendo da minha afinidade e aptidão pelo audiovisual, a minha chefe me perguntou se eu tinha o interesse e fez o convite, logo após a proposta ser aprovada”, contou Thaís.
Atenta no combate ao racismo e militante na luta pela igualdade racial, Thaís, que já trabalhou como produtora no canal televisivo “France 2”, em Paris; repórter no jornal Extra e na “BandNewsFM” e, Coordenadora de Comunicação da Secretaria de Estado de Direitos Humanos do Rio de Janeiro, está feliz pelo acolhimento do canal neste momento em que as discussões sobre as desigualdades estão em evidência.
Entusiasmada com este projeto na sua trajetória, a jornalista destaca que um dos desafios é levar para esta nova plataforma conteúdos sobre educação de forma dinâmica e criativa, já que o público-alvo é juvenil. “Tenho um trabalho de pesquisa muito grande, visto que preciso levar materiais educativos de qualidade para esses jovens que já possuem domínio nesta rede social e ainda engajá-los”, ressaltou.
Sendo totalmente responsável pela apresentação, produção e programação, Thaís comenta que apesar da hierarquia que há, como em qualquer empresa, ela possui liberdade para trabalhar, não havendo nenhum tipo de censura. “É muito bom ver a confiança deles no meu profissionalismo e no que vou trazer como propostas. Vê-los confiando a responsabilidade numa mulher negra jornalista é muito importante, historicamente, pois ao longo dos anos nossa imagem sempre foi muito marginalizada e podada”, pontuou.
E completa dizendo: “Sinto que, além de estarem valorizando a imagem de uma preta diante das câmeras, os vejo valorizando tudo que trago como bagagem, o que é mais especial ainda, me deixando livre para criar e propor, colocando não só minha cara, mas minhas ideias pretas, sobre como enxergo o mundo, penso sobre comunicação e gestão. Estou muito à vontade neste espaço e grata por esta oportunidade”, frisa.
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