Criando Criadores: Black Alien divide com artistas independentes lições de seus quase 30 anos de carreira
Sem esconder desafios na jornada no mercado da cultura, Black Alien mostrou a realidade e desafios por trás da profissão, assista agora.
Movimento e cultura periférica andam de mãos dadas e fazem parte da vida de Black Alien (Gustavo) há muitos anos. E, se tem algo que o cantor e compositor já fez, é presenciar pontos-chave de mudanças culturais em relação à arte feita nessas áreas.
Na terceira edição do projeto Criando Criadores, curso gratuito para agentes criativos periféricos, ele passou por um bate-papo e revelou vivências marcantes no processo de se descobrir como artista, os obstáculos da carreira e repassou por histórias de bastidores de vários momentos da música, desde o Planet Hemp (assista aqui).
No canal do projeto no YouTube, Black Alien também dividiu com os participantes detalhes de experiências que levaram à composição de seu disco mais recente, Abaixo de Zero: Hello Hell (2019). O extenso e profundo processo criativo do qual o álbum nasceu não foi fácil e passou por assuntos sensíveis, como dependência química. Mas essa experiência é um dos fios condutores de lições levadas pelo cantor aos artistas independentes participantes do curso.
“A semente deste disco é lá de 2014 – inclusive, tem até anotações daquele ano que entraram como letra no disco. Em 2014, fiz um tratamento fechado para dependência química. Me reorganizei e me recuperei nesses 6 meses, consegui sair da clínica recuperado, com peso e com três ou quatro letras, aí eu dei início à minha escalada dali debaixo”, lembra.
“Todos os discos que eu ouvia aos 12 anos estão aqui e eu curto igual, descubro novas coisas ainda. Acho que isso reflete na arte que eu faço”, comentou Black Alien
Além da produção, criada em cinco anos, o bate-papo também passou pelas referências marcantes para a descoberta criativa do rapper. Destacando nomes de Prince a The Smiths, o carioca falou sobre a música como forma de renovar o diálogo entre diferentes gerações e a importância de consumir canções de épocas anteriores a de hoje.
“Não tem idade. É arte, é música, é mágica. Todos os discos que eu ouvia aos 12 anos estão aqui e eu curto igual, descubro novas coisas ainda. Acho que isso reflete na arte que eu faço”, comenta sobre a influência do próprio repertório na variedade da faixa-etária de seu público.
Sem esconder desafios inerentes à jornada no mercado da cultura, Black Alien mostrou a realidade e desafios por trás da profissão, como dificuldades financeiras para colocar um disco no mundo. A fala do cantor ressalta a importância da iniciativa do Criando Criadores – que, além do curso gratuito, também presenteou o coletivo independente Chá da Tarde com a produção do primeiro videoclipe do grupo.
A conversa ainda passou por tópicos que renderam outras orientações valiosas do músico, como a necessidade de abrir-se a outras perspectivas, as influências visuais pelas quais se influenciou artisticamente, entre outros.
Ao lado de Sérgio Vaz e Anelis Assumpção, Black Alien integrou a mostra da edição de 2020 do Criando Criadores, realizada à distância. Todos os encontros podem ser conferidos no canal do youtube do projeto (confira aqui). A iniciativa é fruto da parceria entre a Cingulado, o Movimento Cultural Ermelino Matarazzo e a ArcelorMittal, que patrocina a iniciativa por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
Neste sábado (24) de outubro a partir das 19h00, tem “Mostra Cultural Criando Criadores 2020 – Live dos Alunos e Pocket Show da Banda Chá da Tarde”, fiquem ligados e não perca.
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