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Cobra Coral, a identidade do rapper manauara ‘Victor Xamã’

A obra retrata o atual momento do rapper manauara Victor Xamã e sua versatilidade em compor e produzir. Entenda mais sobre o disco!

Cobra Coral, esse é o nome da obra criada pelo rapper e produtor musical Victor Xamã. Lançado no último mês de junho com muitas referências e diversas participações especiais, o EP chama a atenção para a qualidade técnica e lírica do amazonense. Com muitas inspirações e uma estética sonora raramente encontrada na cena do hip hop, Vxamã, como também é conhecido, se mostra um dos artistas mais completos do Brasil.

Com letras extremamente sensíveis e uma produção musical feita de forma quase artesanal, o Cobra Coral enriquece ainda mais o repertório do manauara que começou na música com apenas 12 anos de idade. Conversamos com o Victor para saber mais sobre sua mais nova obra e o quanto esse EP é importante para sua carreira e para sua vida.

O que significa ‘Cobra Coral’?

Cobra Coral, longe de ser relacionada a traição, significa sabedoria e força espiritual, como conta Vxamã. A cobra é um ser muito poderoso, ela referencia nosso momento, a nossa necessidade da troca de pele, que pode ser interpretado de diversas formas possíveis. Talvez o artista tinha em mente a necessidade de se redescobrir, e de estar em constante movimento. Para Victor mudanças são necessárias. 

Quando decidiu que iria lançar o EP, Victor Xamã tinha apenas uma música escrita. Num prazo de três semanas, a obra estava pronta, toda produzida na sala de casa com um microfone emprestado de um amigo. Foi algo extremamente intenso e voraz, como conta o artista, pois o tomou por completo. O rapper ainda comenta que fez questão de idealizar o trabalho com sua cara, com suas referências.

Vxamã, foto: Isa Hansen, Gerson Rocha

Vale lembrar que no EP estão presentes produções com as diversas vertentes do rap, do boombap ao trap, passando por um R&B com traços melancólicos e dramáticos. Vxamã, também assinando como produtor musical em alguns sons, enriquece as músicas com beats variáveis entre os pilares do rap e criteriosamente pensados em cada detalhe. Ao lado dele, também participaram do instrumental os produtores Neguim e RVL$.

O EP conta com participações de Yung Buda e Davzera

Ainda falando sobre participações, o amazonense reuniu alguns nomes de destaque na cena nacional. Levantando ainda mais a moral do EP, participaram das composições nomes como Gabi Farias, Yung Buda, Davzera, João Alquímico e Mayer.  

As cinco faixas conseguem trazer desde as lutas internas até as externas do ser humano. Agrada ao ouvido mais doce com versos de certo teor romântico, e aos ouvidos mais revoltosos, com letras violentas, não de agressão, mas de revolta contra as mazelas sociais e de autoafirmação do ‘eu’. 

A arte de capa que acompanha o EP também é de impressionar aos olhares mais leigos e aos mais técnicos. A ilustração de Camilo Marinho esbanja bom gosto e um olhar bastante detalhado do EP. É exatamente o retrato das músicas em forma de ilustração. A capa é apenas mais um elemento em meio a tantos que impressionam a quem conhece esse trabalho. Com muita gente talentosa por trás do EP, Vxamã reuniu um time extremamente dedicado, tornando a obra única.

Os nortes de Victor Xamã – Monkeybuzz
Victor Xamã, foto: @ucr.jpg

A produção está disponível nas principais plataformas

Nas faixas o rapper demonstra sua maturidade, trazendo a tona letras de diversas temáticas, expondo seu atual momento enquanto artista. As músicas estão disponíveis nas principais plataformas de streaming com o selo da gravadora 2088label, e é impossível não se identificar com ao menos uma delas. 

Perguntado sobre projetos futuros, Victor Xamã comenta que pretende lançar um álbum, mas antes quer soltar mais um EP e alguns singles. Como vimos, em suas produções o rapper visa sempre ressaltar sua identidade e suas influências. Citando Belchior, o manauara vem quebrando barreiras e mostrando que não é preciso complicar para tornar algo genuíno.

Se ainda não conferiu o disco ‘Cobra Coral‘, ouça abaixo:

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Uesley Durães

Nordestino periférico apaixonado pela cultura Hip Hop e jornalista. Duas décadas tentando dar o meu melhor nas minhas piores fases.

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