O seu quarto trabalho de estúdio foi uma das maiores obras que o artista Otto soltou na pista para os amantes de música brasileira, “Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos” foi inspirado no clássico literário de Kafka, “A Metamorfose”, lançado em 2009.
“Em uma certa manhã me veio um sentimento de coisas mais pessoais, mais amor, mais sofrência, muita música e referência brasileira. Com muita balada porque esse é um disco da pele e o povo se identifica. Não é só a minha dor, descobri que a minha dor, por ser verdadeira, virou a dor de todos, teve identificação. Na poesia a gente precisa sempre estar lutando, principalmente nesse mundo mercadológico. A minha politica é sem bandeira, eu abordo todos os sentimentos que eu quero abordar”.
São 15 anos desse álbum que marcou musicalmente o país e a carreira de Otto, o cantor pernambucano voltou aos palcos para encerramento da turnê (“Verão no Circo 2025”), com músicas que foram trilhas de novelas e séries e estão sempre nas playlists mais profundas: “Crua”, “Janaína”, “6 Minutos” e “Filha”, só pra citar algumas pérolas.
“Acho que estou mais consciente daquilo que venho representando. No começo a gente não sabe, sinto que as coisas que componho e falo estão dentro desse mundo novo, as letras e as lutas estão ainda em voga, nesse mundo de hoje. Ainda consciente dos meus valores e das mudanças, estou muito feliz e vivo, com disposição para cantar mais, com mais qualidade e mais músicas”.
Otto: 15 anos do álbum ‘Sonhos Intranquilos’ e 30 anos de carreira
Um disco que conseguiu converter em poesia os lamentos, dores e desabafos pessoais do compositor, cantor, percussionista e produtor também brinda o público com outros sucessos dos seus mais de 30 anos de estrada, também comemorados em 2025.
Artistas convidados para o show de Otto, encerramento da turnê foi no Rio de Janeiro
Para o encerramento da turnê, no Circo Voador – RJ, Otto entregou uma apresentação especial, com alguns amigos de estrada. Na abertura do show, o público confere a estreia do pianista Jefferson Placido no palco da lona e, nos intervalos, DJ Digital Mandinga, que mistura jazz, samba, soul e funk carioca.
O cantor que possui uma carreira consolidada e com shows marcados por todo o Brasil, descreve sua vida na arte como sem muitos luxos financeiros, mas com grande bagagem artística, também aconselha aos que querem viver de música: “Fazer o que gosta é fundamental, mas ter senso de jústica e informação também é. Pensar, conceituar, ver os lados ideológicos, ainda mais eu que quero estar sempre ao lado do povo, tenho que ter consciência e respeito. Não estou milionário com a música, mas vivo bem! Isso para mim é a vitória, junto da minha arte”.