Dia Mundial do Hip Hop, como surgiu o movimento na década de 1970?

O BREAK: representa o corpo com dança. O MC: o cérebro, O DJ: a alma, essência e raiz. O GRAFFITI: a expressão da arte, comunicação.

Dia 12 de Novembro de 1973, essa foi a data instituída como o nascimento do hip-hop com a fundação da Zulu Nation (Nova Iorque – Bronx), a pioneira e mais importante organização do hip-hop mundial.

Na década de 1970, há cerca de 50 anos atrás na quebrada do Bronx, gueto de Nova Iorque, nascia a nossa aclamada e querida cultura/movimento Hip Hop. Através de sonoridades únicas com influência de estilos musicais de origem afrodescendentes, como o funk, RnB, o blues, rock, reggae e jazz.

O jamaicano Clive Campbell, mais conhecido como Kool Herc, foi o primeiro DJ a definir o perfil do movimento em seus eventos, fortemente influenciado pela cena sound system de Kingstown, terra natal do artista, organizava junto com “Afrika Bambaataa e Grandmaster Flash” festas no quarteirão do Bronx, conhecidas como block parties.

As festas mesclavam suas experiências musicais, com novas experimentações com vinis, isolando a parte instrumental de faixas clássicas e a transformando com outras batidas integradas. Buscando causar a melhor sensação e vibe no público presente. Claro, também com suas fortes críticas sociais.

A organização não-governamental Zulu Nation, pioneira do movimento Hip Hop, foi criada em 1974

Em 1974 foi criada finalmente a organização não-governamental Zulu Nation, que além de organizar reuniões com o propósito de atrair os jovens e apresentar o Hip Hop como uma alternativa para as gangues e drogas, realizava festas e discursos preciosos para os jovens afrodescendentes e periféricos da época.

Bambaataa é conhecido como o padrinho do Hip Hop, pois foi ele quem reuniu os elementos centrais desta cultura: o Djing (base musical), o MCing (canto), o B-boying (dança) e o Graffiti Writing (arte visual). Trabalhando em conjunto com seus manos da Zulu Nation.

Furious Five
VOCÊ SABIA? A importância da iniciativa da Zulu Nation é tão construtiva e expressiva para a história do movimento, que a data de fundação da Zulu Nation, é a data atribuída à fundação do Hip Hop. Exatamente no dia 12 de Novembro!

O movimento Hip Hop nasceu no gueto de Nova Iorque

O movimento iniciado em um gueto de Nova Iorque foi essencial para os jovens e chamou logo a atenção de outras periferias americanas, devido ao ritmo novo, às letras dos RAPS repletas de crítica social ao sistema, à dança enérgica e à arte gráfica igualmente livre e representativa.

A disseminação do Hip Hop ao redor do planeta, alcançou o nosso Brasil nos anos de 1980 e teve como centro receptor a cidade de São Paulo, através de batalhas de breaking.

Os primeiros grupos se organizaram, primeiramente na Rua 24 de Maio com a Praça Dom José de Barros, no bairro da República, porém, pouco tempo depois, passaram a se apresentar no Largo do São Bento (na saída da estação de metrô), no bairro da .

Muitos dos pioneiros no Brasil eram remanescentes dos bailes black do funk paulistano, a exemplo de Nelson Triunfo & Funk Cia. Se popularizando aos poucos com as rodas de batalhas de rima, que foi ganhando amplitude, até que surgiu alguns dos primeiros álbuns do gênero á ser reconhecidos nacionalmente.

No final da década de 1980, foi se popularizando o gênero RAP nas quebradas, em união com os pilares da cultura como o Breaking e Grafite. Apensar de termos músicas próximas do gênero lançadas antes do Rap chegar no Brasil, como as faixas de Jair Rodrigues, considerado o primeiro rapper do Brasil por seu pioneirismo nas batidas e flow, foi chamado de “mestre” e de “professor” por Mano Brown, Emicida e Rael, o consagrado artista faleceu em 2014.

Thaíde & Dj Hum, Racionais MC’s, Faces do Subúrbio, Marcelo D2, Sabotage, MV Bill, Afro-X, Pavilhão 9, Xis, Rappin Hood, Dina Di, Criolo, Negra Li, Câmbio Negro, Doctor Mc’s, Agregados Família do Rap, SNJ, A Família, Atitude Feminina, Realidade Cruel, DMN, são alguns dos fortes representantes nacionais.
DJ HUM E THAÍDE Anos 90

Na década de 2000, o RAP NACIONAL ganhou ainda mais ascensão na música brasileira

Desde então a cultura só foi crescendo dentro do país, tendo alguns picos de ascensão com os lançamentos de alguns artistas na década de 2000 como: Gabriel O Pensador, Marcelo D2, Ndee Naldinho, MC Marechal, Criolo, Emicida, Rashid, Kamau, Karol Conká, Filosofia de Rua e muitos outros.

Contudo, o Brasil tem se destacado em outro elemento do Hip Hop: o grafite. São inúmeros os grafiteiros daqui que se tornaram destaque internacional, como: osgêmeos (Gustavo e Otávio Pandolfo), Crânio, Speto, Nunca, Kobra, Binho Ribeiro, Marcerlus Bob, Nina Pandolfo, Derlon Almeida e Zezão.

Em 2009, o MASP, considerado o museu mais importante da América Latina, abriu suas portas para a mostra De Dentro para Fora/De Fora para Dentro, o que ratifica que os elementos do Hip Hop não conhecem fronteiras. (FONTE: Palmares GOV)

O BREAK: representa o corpo através da dança.
O MC: a consciência, o cérebro, O DJ: a alma, essência e raiz.
O GRAFFITI: a expressão da arte, o meio de comunicação.

Hoje em 2020 temos um cenário movimentadíssimo, com dezenas de mc’s lançando músicas e álbuns semanalmente e muitos deles, atingindo milhões em suas músicas… isso graças á correria e luta dos primórdios da cultura. Jovens que começaram a ouvir o Hip Hop agora, geralmente não sabem a história e a importância de entender sobre os conceitos da cultura, mas estamos aqui juntos, para evoluirmos nas aprendizagens, da melhor forma.

No dia do RAP NACIONAL, 06 de agosto, produzimos um vídeo com mais de 25 Mc’s desabafando sobre o significado da cultura em sua vida. Assista abaixo se ainda não flagrou e VIVA A CULTURA HIP HOP:

Primeiro Episódio do projeto “O RAP SobreVIVE” com LK O Marroquino:

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