Em 2018, Gilberto Tarantino, Luciano Consentino e Isaac Deutsch fundaram a Tarantino Cervejaria, a primeira cervejaria independente de grande porte em São Paulo. O sonho sempre foi o de ajudar a transformar o Brasil de um bom consumidor de cerveja para um país que consome cerveja boa: “Montamos a fábrica em 2018, estamos aqui há 6 anos produzindo cerveja, aqui é a primeira fábrica com cerveja artesanal construída dentro de São Paulo, nossa ideia foi produzir cerveja de qualidade aos paulistanos.Nosso objetivo é formar o público que goste desse estilo de frescor, nascendo junto os eventos culturais diversos, vários públicos experimentando as cervejas. Queremos essa diversidade, tanto no espaço, na cultura e em nosso produto”, comenta Isaac, um dos fundadores.
O local traz ótimas experiências de eventos, além de criar um centro de cultura cervejeira por meio da fábrica e colaborações frequentes, com renomados cervejeiros locais e internacionais, além de aulas, seminários, lançamentos de livros e degustações: “Quando você vai ao supermercado e vê a prateleira de cerveja, você escolhe por tradição ou rótulo, não há experiência. Aqui trazemos tudo, como ela é feita, quais são os insumos da cerveja. Não produzimos uma cerveja e pronto, queremos apoiar os artistas, grafiteiros, músicos e tudo o que podemos trazer para o projeto”, diz Isaac, o que explica que tudo isso faz com que pontes sejam construídas entre um lado e outro do rio, entre diferentes comunidades, entre produtores locais, entre o Brasil e o exterior.
Na Tarantino Cervejaria todas as linguagens da arte são bem-vindas, desde a música ao cinema, a ideia é ocupar o pátio da fábrica com muita arte e cultura, regada a cerveja fresca do tanque. As produções de cervejas artesanais não pasteurizadas e não filtradas são diariamente distribuídas frescas, em latas e barris a partir da fábrica em São Paulo: “Mesmo nossas cervejas que são carro-chefe estão sempre frescas, isso foi um processo longo de expor as pessoas para novos sabores novos, mas como tudo leva muita atenção, temos o desafio de criar esse novo hábito em quem está acostumado com os rótulos mais comuns.
Uma coisa pouca falada é sobre o frescor da cerveja, de quando foi produzida para quando vai estar na sua mão, como as demais produções estão longes, até ela chegar fresca na cidade, precisa ser pasteurizada para durar mais, aqui não, nossa cerveja é viva, não usamos nenhum processo de pasteurização” ele completa.
Eventos de todos os estilos para combinar com a Tarantino
Produtor cultural da Cervejaria Tarantino, Álvaro Kapaz, 43, é responsável por fazer todo esse mix entre os sabores de cerveja e com outros sentidos que serão apurados através de sons que são escolhidos por uma curadoria atenta aos eventos da casa: “É um misto entre a reputação que a própria Tarantino criou ao longo dos anos, adicionando eventos temáticos, culturais de todos os estilos para o espaço da empresa, o que já está enraizado no DNA da cervejaria. Buscamos por todos os gêneros musicais, o que a gente preza é pela qualidade e autenticidade, já fomos do heavy metal ao pagode, samba, sertanejo e também lançamos EP de um MC. Gostamos do cenário autoral e independente, queremos incentivar esse mercado em São Paulo, são os filtros da nossa procura”, comenta Alvaro.
Desde o início a cervejaria já nasceu com o intuito de se estabelecer como autêntica no mercado, isso faz com os eventos e tudo o que é escolhido para estar no espaço da Tarantino conversem entre si, deixando o ambiente ainda mais moderno e receptivo, além de ser um celeiro para novas descobertas: “Se trata de uma cerveja artesanal, feita por quem ama o que está fazendo, isso se cria em paralelo com a música, o estilo de produção é de uma maneira artística, a cultura urbana está no caldo da cerveja. Quando organizamos eventos, todos da Tarantino opinam e estão envolvidos, tudo é bem entrelaçado. O que a gente busca é fortalecer o cenário independente da arte urbana, isso implica também em fortalecer a cervejaria artesanal, com essa força de todo o segmento, entre a música e demais meios de cultura”.
“O público sai do nosso espaço conhecendo novas cervejas e bandas, uma experiência gastronômica e cultural, com acesso à cultura que não teriam se não estivessem lá”, Álvaro Kapaz
Cultura de rua, arte e sabor artesanal com a Tarantino Cervejaria
Alguns representantes das bandas, conversaram exclusivamente com o Portal Rap Dab, veja:
Entre alguns dos eventos da cervejaria que mescla toda sua produção com a cultura e artistas da atualidade, no dia 21 de setembro o Festival de Reggae tomou conta do palco e do público da Tarantino com uma line up excelente.
Desde as produções do DJ @djzamboloficial, entre as bandas convidadas, como: @socialrhutisoriginal, @lenin_terra junto com a galera da Sativa Roots, e pra fechar, @santannagil com participações especiais de @laertecamacho e @edread_oficial,, também com expositores de artes plásticas, jóias artesanais e trancistas.
Gil Garcia Sant’Anna, 45, é vocalista, guitarrista, compositor e produtor, suas principais influências na carreira, ele faz questão de dizer: “Natiruts, Bob Marley, Djavan e Gilberto Gil”. Após o encerramento da banda Negroots, onde esteve entre 2001 e 2013, o momento de voar solo chegou, onde resolveu dar continuidade na música e montar a sua banda para suas composições.
Para Marcos Capinam, 45, que é baterista, compositor e produtor da Social Rhutis, o reggae chegou desde cedo: “Sou nascido e criado na música reggae, sou da década de 80 e lembro dos meus tios em Salvador ouvindo Jacob Miller, Burning Spear, Bob, Peter Tosh Third World, o pessoal Jamaicano sabe? Essas são algumas das influências que carrego junto da banda”.
Lenin Terra, 47, do Frutos do Terra (Sativa Roots), sua influência do reggae vem de berço, já que o músico, compositor e baterista é o filho mais velho de João Terra, e carrega com muita honra o legado de um um dos grandes representantes do reggae no Brasil. “Foram anos de música assistindo meu pai, o que fez com que entrasse no reggae, mas a MPB de Caetano Veloso e Chico Buarque. Fui baterista e percussionista por um bom tempo junto do meu pai, em dias de shows, além de momentos especiais. O que mais gosto nos shows é o êxtase, onde tudo se torna um só corpo, a banda, o público, todo mundo na mesma vibração, fica perfeito”.
Dj Zambol, 50, é produtor cultural e líder representante do Coletivo Zambol HOuse Sound: “O reggae veio para mim em 1990, já era Dj com um grupo de amigos e discotecava house music e old school, com vertentes do reggae raggamurfi. Ainda realizo discotecagem divulgando todas as vertentes no vinil, com referências digitais e o que vem da brasilidade, como o hip hop, surf music, dub, dancehall, afrobeat, rock, hardcore e eletro house”.
Cultura de rua, arte e sabor artesanal com a Tarantino Cervejaria
Algumas bandas que sempre surgem como referências nas conversas são: Tiken Jah Fakoly, Bernie Lyon, The Gladiators, Steel Pulse, Black Uhuru, Leões de Israel, Nengo Vieira, Adão Negro, Edson Gomes, entre outras.
Vale a pena ir conhecer o local e aproveitar a agenda cultural de eventos já programada, além de provar ótimas cervejas.
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