O movimento hip hop gaúcho segue engajado em suas ações solidárias frente a tragédia que acometeu o Rio Grande do Sul. O Museu da Cultura Hip Hop RS, gerido pela Associação do Hip Hop de Esteio (ACHE), já registrou a distribuição de mais de 250 toneladas de doações, viabilizadas através do empenho de grandes artistas do rap nacional como BK´, L7NNON, Filipe Ret, Papatinho, Orochi e Os Gêmeos em uma articulação com o Rap In Cena, além de outras frentes junto a Alvo Cultural.
Agora, a ACHE, também gestora da Casa da Cultura Hip Hop de Esteio, se prepara para ativar novas frentes desse movimento solidário tão importante. O Programa Reconstrução Hip Hop soma cinco ações estruturantes em apoio e suporte ao restabelecimento da vida de artistas, espaços culturais, coletivos e comunidades periféricas vítimas da maior catástrofe climática do Rio Grande do Sul.
A partir da segunda quinzena de junho, 200 famílias dos bairros Novo Esteio, Vila Osório e São Sebastião, da cidade de Esteio, irão receber cestas básicas por seis meses através do Hip Hop Alimentação, programa desenvolvido pela Associação desde 2018.
O programa Hip Hop Alimentação está viabilizando o Programa Reconstrução Hip Hop através dos recursos arrecadados com a bilheteria do show “BK´ e convidados” que aconteceu no Circo Voador, Rio de Janeiro, em parceria com o Governo Federal através da Conab. E a seleção das famílias será feita por meio do formulário de cadastro, disponível nas redes sociais da ACHE.
“As famílias foram selecionadas conforme nosso cadastro, e o programa poderá se estender por mais tempo conforme a ACHE, somando suas forças com as frentes do Museu do Hip Hop, conseguirem mais donativos sejam de mais cestas ou de dinheiro para que o programa seja mantido a longo prazo”, explica Rafa Rafuagi, coordenador geral da ACHE e coordenador de autogestão e sustentabilidade do Museu da Cultura Hip Hop RS.
A Casa da Cultura Hip Hop de Esteio também irá doar R$ 300,00 em parcela única para 100 artistas, através do Vale Cultura Hip Hop. Esse vale tem o objetivo de auxiliar não só os artistas que irão receber, mas também ajudar a fomentar a economia da cultura, a moda e arte. O processo de seleção do vale também será por meio do formulário de cadastro, disponível nas redes sociais da ACHE.
“Vamos conveniar espaços da cultura hip hop, lojas de streetwear, estúdios, eventos e shows, para que os artistas atingidos tenham esse recurso, e que os espaços voltados ao hip hop comecem a retomar suas atividades por meio desse incentivo”, pontua Rafuagi.
A ACHE ainda fará o aporte de 10 mil reais, doados através do pix solidário, para reconstruir dez espaços de iniciativas culturais do hip hop vítimas da enchente no estado. Por meio do pedido de socorro a ACHE, já foram selecionados, Boom Rap, Conceito Arte, Casa da Cultura Hip Hop de Esteio, ONG Vida Breve, Galpão do Hip Hop São Leopoldo, Vila Flores e Ateliê Vivências de Santa Cruz. As reformas do Programa Reconstrução Hip Hop visam manter esses espaços abertos para que as comunidades atendidas continuem recebendo suporte e oportunidades.
“Tem sido muito triste ver espaços culturais tão importantes fechar por falta de incentivo. Pensando na contramão deste movimento, vamos incentivar diretamente com o que temos condições de ajudar para que de modo rápido estes espaços retornem suas atividades”, explica Rafa Rafuagi.
Por fim, em parceria com a Escola de Psicanálise Americana, o Programa Reconstrução Hip Hop irá gerir um Grupo Terapêutico. Durante seis meses, 100 pessoas engajadas na cultura hip hop serão atendidas por psicanalistas da instituição. O processo de seleção do grupo também será por meio do formulário de cadastro, disponível nas redes sociais da ACHE.
Empresas e pessoas que queiram contribuir com as ações da ACHE podem continuar doando através do pix achesteio@gmail.com ou enviar cestas para o endereço Rua José Guimarães 203, Bairro São Sebastião, endereço sede da Casa da Cultura Hip Hop de Esteio. Uma prestação de contas será feita para comprovar o destino dos valores e alimentos.
Programa Recontrução Hip Hop apresenta grafitti que retrata momentos comoventes
Os artistas da Beco RS Crew se unem a Erick Citron, Careca, Leandro Alves e Ana Scarcceli para uma grafitagem de 100m2 na fachada da Casa da Cultura Hip Hop de Esteio. A obra de arte é uma homenagem aos voluntários e profissionais que serviram nos resgates e reconstrução do Rio Grande do Sul.
O graffiti retratará momentos da enchente que marcaram não só a população gaúcha, mas o mundo por suas imagens comoventes. A corrente humana no bairro Mathias Velho em Canoas, o bebê salvo por helicóptero do telhado que desabou, o cavalo Caramelo, os barcos salva-vidas, além da distribuição de donativos através da força do Museu da Cultura Hip Hop RS.
Para maior segurança dos artistas, a estrutura para grafitagem será em Plataforma de Trabalho Aéreo (PTA). O equipamento móvel é dotado de uma estação de trabalho (cesto ou plataforma), sustentado em sua base por haste metálica capaz de erguer-se para atingir ponto ou local de trabalho elevado.