Todo mundo tem um prato favorito, ou deveria ter, todo mundo tem um tipo de sabor favorito, ou deveria ter. Desde a infância é criado um paladar afetivo e cheio de particularidades, até mesmo com teorias e comparações, denominados de paladar “infantil” ou “adulto”, o que se sabe é que essa fome, leia-se também curiosidade, vem de longe, às vezes, bem de antes da introdução alimentar.
E é através de temperos, ingredientes e de tudo o que uma refeição pode contar que nasceu o programa “Vida de Merendeira”, que traz o reconhecimento do papel das merendeiras na promoção de uma alimentação saudável no ambiente escolar. Veiculado no canal Sabor & Arte, o reality estreou com uma deliciosa competição culinária na qual essas profissionais preparam suas melhores iguarias.
“Vida de Merendeira” – Sabor e Arte
A competição reúne 14 merendeiras de todas as regiões do Brasil, além de representantes de países africanos de língua portuguesa. Todas terão a oportunidade de demonstrar suas habilidades na execução de receitas saborosas e nutritivas que representam as culturas de suas localidades.
O intuito é incentivar a participação ativa da comunidade escolar no assunto nutrição, o que é uma das maiores soluções ao combate a doenças e prevenção de uma sociedade cada vez mais adoecida por produtos artificiais e industrializados.
O programa terá ainda depoimentos de alunos, familiares, professores, profissionais da educação, nutricionistas, fornecedores e produtores da alimentação escolar de educação pública.
O reality vai ao ar todas às quintas-feiras às 20h no canal Sabor & Arte. A produção é realizada com o apoio do FNDE e em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil.
A atriz Úrsula Corona está à frente como apresentadora do reality show:, dando um show de carisma e mediando todas as incríveis e emocionantes trajetórias.
Sabor: Nota 10!
Um dos jurados do programa, o mineiro Breno Cruz, doutor em administração pela FGV – EAESP, idealizador do Prêmio Gastronomia Preta e professor de Gastronomia na UFRJ, celebra a chegada desse tema na grande mídia: “Os três jurados do programa são pessoas não brancas, esse componente racial da escolha certamente é importante, ter essa conversa com a questão racial. Além de mim está a Sabrina Silva, estudante de escola pública, também a nutricionista chefe do departamento nacional de nutrição de São Tomé e Príncipe. Eu vim de escola pública e o Prêmio Gastronomia Preta, desde o início possui a categoria ‘Merendeiro’, acredito muito na valorização dessa profissão em nosso nosso país”.
“Para muitas crianças pobres a única experiência de alimentação fora do lar é a que ocorre na escola, diferente de crianças de classe média ou alta que conseguem ir em um restaurante. Por isso fiquei muito feliz em ser convidado para ser jurado, porque isso também é sobre a valorização da educação, o que também mudou a história da minha vida”, Breno Cruz.
Além da valorização da profissão que muitas vezes é esquecida e invisibilizada, recontar essas histórias de um outro ponto de vista, dando a importância e contexto social devido., ressignifica uma história que é tirada de um povo: “Valorizamos cada personagem, ainda em função da gastronomia ser uma área muito eurocentrada, estar ali como jurado rompe certos paradigmas, principalmente em relação a raça, o que é muito importante. Assim, crianças pequenas do interior do Brasil podem se reconhecer em nós jurados, apresentadores, cozinheiros e profissionais participantes, nascem referências para acreditar na educação pública e no seu poder transformador”, completa Breno.
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