No contexto técnico musical, o groove significa a cadência ou padrão rítmico que uma composição carrega. Agora, para o ÀTTØØXXÁ, representa bem mais do que algo que possa ser rotulado. Em uma incursão que une ritmos latinos, pagodão e black music a afrobeats e funk americano – com influências como o guitarrista norte-americano Nile Rodgers –, o grupo apresenta seu quarto disco: “GROOVE”.
A nova jornada proposta pelo álbum é guiada pela premissa de explorar as particularidades do ritmo. “GROOVE” está nas plataformas de áudio, e ainda apresenta um videoclipe de “Menina”, faixa em parceria com Thiaguinho.
Criada a partir de um riff despretensioso durante uma passagem de som, “Menina” se tornou faixa-foco no momento em que o grupo passou a explorar as possibilidades e trouxe novas camadas à canção. O encontro com o músico paulista Thiaguinho surgiu naturalmente.
“A gente queria um pagode, mas algo bem São Paulo, e na hora pensamos no Thiaguinho. Aí, depois que fechamos esse nome, foi só questão de tempo pra ele colar com a gente e chegarmos nesta versão. Tem ali os elementos de groove, de pagodão, de pagode, etc. É um som que está bem especial e com um molho diferente”,
conta Chibatinha em comunicado a imprensa.
Com uma estética que passeia pelos anos 70 e 80, nos estilos boho e disco, o videoclipe, dirigido por Louis Rodrigues, torna-se a principal tradução, visual e sonora do que a banda buscou para “GROOVE”. “Acredito que tudo se tornou uma unidade. O som te lembra a estética visual e ela te remete ao som”, afirma Chibatinha.
Participações especiais completam a atmosfera proposta por GROOVE
“GROOVE” ainda soma nesta viagem sonora as participações de Liniker, Carlinhos Brown, Luísa Nascimento, Negra Japa e Victor Leony, além de Thiaguinh. O álbum lista uma série de outras participações. “Dejavú”, por exemplo, traz a potência de Liniker nos vocais e transporta o ouvinte diretamente para a Espanha ao incluir na música elementos como palmas e castanholas, típicos do estilo flamenco.
Já “Melzin”, com Luísa Nascimento (do grupo Luísa e os Alquimistas), entrega um clima mais romântico e culmina em “Suando e Gemendo”. Inspirada na cultura automotiva dos paredões de som – sistema de caixas instaladas na mala de carros –, o quarteto convidou Negra Japa para somar na obra. “Ela foi uma das precursoras do back dance na Bahia e simboliza bem esse movimento do paredão junto com a banda La Fúria”, pontua Chibatinha.
Essa atmosfera mais sensual também ambienta o afrobeat “Resenha”, que contrasta com a dançante “Suspensão”. Com presença de sintetizadores, essa última canção foi pensada para as pistas. “Os Cara da Nasa”, por sua vez, é considerada pelos integrantes como um ‘clássico ÀTTØØXXÁ’, por carregar muito do que a banda promoveu ao longo dos anos. Ela, inclusive, já tinha sido apresentada ao público durante uma live prévia ao festival AFROPUNK Bahia, em 2021, e foi responsável por nortear toda a performance naquele momento.
A tracklist do álbum é costurada por interlúdios, como “Surra de Groove”, com participação de Victor Leony, e “Chora” – décima faixa do disco. Enquanto o primeiro som evoca uma mescla de influências, como o funk americano e a estética violeira, entregando uma composição alto astral e carregada de percussão; a segunda, no entanto, caminha para algo mais melancólico. “Ela é bem emocional. Gravei as guitarras no ápice da pandemia, mas também tem a virada com o violino, porque, apesar de tudo, conseguimos passar por aquele momento”, relembra Chibatinha.
“GROOVE” é encerrado pela música “Lama”, também uma colaboração com Victor Leony, e faz jus à expressão baiana que a batizou. “A gente usa lama pra quando alguma coisa está fervendo no paredão”, sintetiza Chibatinha, que completa: “é pra quebrar tudo e finalizar o disco pra cima”.
Faixas que vieram antes já dão o tom do sucesso do álbum
“A Noite do Golpe”, “Sai da Frente” e “Da Favela Pro Asfalto” foram os singles responsáveis por apresentar “GROOVE” e evidenciar o universo que permeia o novo trabalho. “Da Favela Pro Asfalto”, inclusive, traz a participação de Carlinhos Brown, artista que é considerado pelo grupo como padrinho musical e perdurava entre os feats dos sonhos.
OZ, RDD, Raoni e Chibatinha encontraram em “GROOVE” o momento perfeito para o convite. “É muito simbólico ter um dos pais do groove com a gente nesse projeto”, finaliza Chibatinha.
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