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Festival Lado B: Entrevista com o rapper Djonga

Em uma apresentação emocionante, o rapper Djonga estremeceu o Festival LADO B, em Maringá, também bateu um papo com a RAP DAB

O Festival LADO B teve a sua segunda edição no dia 8 de abril, junto da HYPE ENTRETENIMENTO atendendo o clamor do público regional do Paraná, o evento é voltado exclusivamente para o público do rap, trap e derivados.

A primeira edição do festival foi com os artistas  BLACK ALIEN, CYNTHIA LUZ, FROID com uma grande estrutura, onde mais de 3 mil pessoas estiveram presentes. Para a segunda edição, subiram ao palco  DJONGA, FLORA MATOS e DON L,  artistas que carregam números na casa de milhares de ouvintes e visualizações nas redes sociais, estremeceram o Festival Lado B com todos os seus hits, djs e bandas impecáveis.

Após o show, o rapper Djonga conversou exclusivamente com Portal Rap Dab, contou sobre sua nova fase musical, importância do palco em sua vida e muito mais.  

DJONGA : O DONO DO LUGAR

O mineiro Gustavo Pereira Marques, 28,  mais conhecido como Djonga, é atualmente um dos maiores nomes do  rap da atualidade no Brasil., sempre chamou  a atenção por sua lírica afiada, também por suas fortes críticas sociais nas composições.

É filho de Ronaldo Marques e Rosângela Pereira Marques, sua avó Maria Eni Viana é tida como uma grande referência em sua vida.

Com grande influência da família, Djonga tomou gosto por música desde cedo, tendo crescido ouvindo diversos estilos musicais e artistas, o artista chegou a cursar história na Universidade Federal de Ouro Preto até o sétimo período, ficando próximo de se formar. No entanto, começou a fazer sucesso como rapper e decidiu seguir a carreira, abandonando a faculdade.

Música

Dono dos álbuns Heresia (2017), O Menino que Queria ser Deus (2018), Ladrão (2019), Histórias da Minha Área (2020), NU (2021), O Dono do Lugar (2022), seus números impressionam.

Um recente relatório da Crowley Broadcasting, que produz um ranking semanal das músicas mais executadas nas rádios do país, mostrou que Djonga é, atualmente, o quarto artista mais tocado do Brasil no cenário da black music, e o primeiro dentre os rappers neste ranking com a faixa Penumbra do seu último álbum.

O álbum foi exibido no famoso telão na Times Square, todas as faixas da produção chegaram e se mantiveram nas listas TOP 200 das principais plataformas musicais, além de atingir o sétimo lugar no ranking mundial no Spotify. Na Deezer, o disco se tornou, à época, o segundo álbum mais ouvido do planeta, em dados levantados pela ONErpm , distribuidora digital das músicas do artista, entre 14 e 16 de outubro .

DJONGA: ENTREVISTA

Rap Dab: Você está bem presente nas cidades de Londrina, Maringá e região ultimamente? Curte bastante o Paraná?

Djonga: “Aqui é bom demais, venho para o Paraná acho que desde 2018 e, todas as vezes foi maravilhoso, a galera aqui tem uma energia incrível, todos os shows do Paraná são sempre maravilhosos, mais uma vez estamos aqui, graças a Deus”.

Rap Dab: Para você, qual a diferença entre um show único e uma apresentação em festivais com mais artistas? Existem sentimentos e vivências diferentes?

Djonga: “Cada show é único porque as pessoas que estão ali não são as mesmas, ainda que fossem as mesmas, tendo uma única diferente lá embaixo já mudaria a energia do que pode acontecer. Os shows que estão só com a gente, só com os nossos fãs, tem algo muito específico, né? Cantamos músicas que são ‘menos’ conhecidas, as músicas mais lado b de todas e a galera vai junto já que estão ali todos os fãs. Já esses festivais juntos com outros artistas é um espaço com oportunidade para ter uma troca com a galera que curte a gente, mas que às vezes não conhece tanto o nosso trabalho, estão ali por outro artista. É um momento de você se apresentar e cantar algo que acha que  a galera não conhece, construir uma vibe, trazer público e energia diferente para a sua carreira “.

Rap Dab: Você tem álbuns com estilos de letras e produções diferentes, já produziu muito bate cabeça, letras mais românticas, falou de autoestima e de liberdade. Ainda falta algum sentimento para levar para os palcos?

Djonga: “Agora estou em um processo de construir algumas músicas com vibes mais leves e diferentes, ta ligado? Não sei exatamente o que é, mas acho que seja mais leve e de curtição. E, para quem achar que estamos mudando e tal, estamos realmente mudando, sempre mudando graças a Deus! Me orgulho disso!

Também tem outros discos para trás para ouvir e para conhecer um pouco mais de mim, acho que ficar repetindo a mesma parada e palavras nem sempre é interessante, às vezes, se faz necessário, mas agora estou querendo explorar mais a minha musicalidade, explorar os estilos do rap e dentro da música de um modo geral, estou feliz com a escolha que estou fazendo.

Estou começando esse processo, então não sei no que vai dar! Pode ir para frente ou eu descobrir que não é a minha vibe, mas sempre vai ter um Djonga novo para a galera conhecer e tomara que seja assim não só na arte, mas como pessoa até o dia em que eu morrer”.

Rap Dab: Você possui algum receio quanto a cobrança do público, caso mude o estilo do som?

Djonga: “Essa cobrança vai acontecer porque somos pessoas públicas, então a galera vai falar o que pensa da gente, isso é porque a nossa opinião, querendo ou não, ela conta, o que a gente faz transforma e provoca as pessoas, então deixa falar, ué. Não vou deixar de ser quem eu sou porque a galera está falando. Isso aqui é um processo de vida para mim também, não estou aqui só para fazer música para o público, para ganhar dinheiro ou porque é um trabalho, também estou trabalhando, mas isso é um processo de vida, mano. Estou buscando algo para a minha vida, buscando minha felicidade, minha autoestima e me conhecer,  faço arte nesse intuito, então deixa o povo cobrar”.

Rap Dab: Recentemente, você soltou uma prévia de um som seu que está produzindo, “5 da Manhã”. Esse som vai para os palcos?

Djonga: “Se eu sentir que tem que pôr no show, nós vamos pôr! Se eu sentir que não tem, não vamos pôr. Eu estou só curtindo, trabalhei demais, trabalho demais e dentro disso eu  também tenho que aproveitar”.

Rap Dab: Você sempre cita a sua família nas músicas, para além disso, também sobe com eles no palco, coloca eles nos clipes. Tem alguma simbologia por trás dessa presença nos palcos? É para mostrar que o Djonga não chega sozinho?

Djonga: “Eu faço isso de uma forma muito natural e instintiva mesmo. Coloco as pessoas que eu gosto no palco só porque eu gosto delas, não penso no que isso significa, não tem conceito, sabe? É a minha vó, meu filho e minha filha, meus pais, eles estão comigo sempre e se quiserem curtir esse momento comigo, eles vão estar. É só porque eu amo estar com essas pessoas tanto no palco quanto no dia a dia. Tem dias que eu nem quero que eles vão,  mas eles vão mesmo assim e sobem no palco, fazer o quê hahahaha”.

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Ana Carla Dias

Jornalismo e Direção de Arte

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