O Rap Dab já havia entrevistado Levinsk e Neo a respeito do convite que MCs de batalhas de rima receberam para participar da ação “Presença Preta” no Lolla. Ambos afirmaram que, se dependesse deles, haveria freestyle no Lollapalooza Brasil, sim! E na falta de Drake, a cultura de rua invadiu o festival em grande estilo.
Para Barreto, atitudes como a do “Presença Preta” de convidar os MCs de freestyle para o Lollapalooza devem ser seguidas para dar mais oportunidades aos artistas das rimas. Ele que pela primeira vez esteve em um festival, ainda reiterou a importância da ação que serve de exemplo para que mais contratantes enxerguem a seriedade do movimento.
“Eu nunca tinha tido uma experiência tão grandiosa como essa. E acredito que o o caminho é convidar as batalhas de rima, que são atrações, sim, pra festivais e ambientes como esses. Se outras marcas, empresas outras pessoas tomassem atitudes assim, cada vez mais, implantando as batalhas de rima, nós educariamos os contratantes para eles entenderem que as batalhas de rima são, sim, shows e atrações que mudam o ambiente mudam a atmosfera”,
afirmou Barreto em entrevista para a repórter Giuliana Chorbajian.
Quem reforçou a fala de Barreto, foi Bask, apontando para o fato de que as batalhas estão furando a bolha e chegando cada vez mais longe. Afinal, nos primórdios da história das batalhas de rima, poderia ser até inimaginável pensar que seria possível ver uma roda de freestyle no Lollapalooza acontecer a convite de uma patrocinadora oficial do evento.
“Eu não sei nem me expressar de outra forma [risos], sem falar que é muito foda. Normalmente, a gente tá batalhando na batalha de rua, dia você tá rimando na praça, no outro dia você tá rimando no Lollapalooza, tá’ ligado? É uma coisa que a gente não imagina. Cada vez acontece mais dessas coisas que a gente fura a bolha, acho que isso é uma das coisas mais grandes, com certeza, pros outros moleques, tá ligado? E aí dá uma perpesctiva diferente pra gente, do nosso corre, dele estar sendo visto por outras pessoas, dele estar sendo visto em algo grande assim, o Lollapalooza. Dá uma perspectiva e um ânimo diferente pro nosso corre”,
apontou Bask.
Já para Guri, imaginar sempre foi algo que fez parte de sua vivência. Ele que quando criança pensava em ser astronauta, lembrou dos sonhos da infância como válvula propulsora importante para conquistar o que se deseja, sobretudo, quando isso sai do campo da romantização das palavras. Ao ser questionado sobre se já havia imaginado uma roda de freestyle no Lollapalooza, ele trouxe uma bela reflexão.
Cara, a palavra imaginaria é muito poderosa, né? E eu já me imaginei em muitos lugares, já me imaginei na lua, queria ser astronauta quando eu era criança, sabe? Então me imaginaria, mano! Mas só que existe um abismo entre a imaginação e a realização, por isso que eu digo que hoje eu me sinto realizado por saber que tudo é possível, sabe? Sonho de criança até a lua, toda essa parada que a gente costuma chamar de sonhos, é muito palpável se você souber colocar os tijolos certos no seu caminho e dar um passinho de cada vez, certo? Então, eu definiria toda essa parada como perspectiva,
disse Guri.
Pra fechar, Levinsk ponderou sobre sua representatividade feminina enquanto MC de batalha de rima. As rodas culturais ainda são um ambiente de maioria masculina, mas para ela essa realidade está mudando.
“A representatividade é uma felicidade que eu tenho de representar essa bandeira muito grande, tá ligado? Então, por mais que ainda seja pouco, a gente ainda tá ocupando esse espaço, então eu estou super feliz. Só de estar aqui representando como eu posso, tá ligado? Tanto pela presença preta, quanto pela representatividade feminina”,
conclui Levinsk.
Esta é a segunda vez que o “Presença Preta” acontece no Lollapalooza Brasil, através de uma iniciativa da Vivo. Com L7nnon como embaixador do movimento, a ação ainda convidou um squad de influenciadores e empreendedores pretos. Entre os convidados a Batalha da Aldeia – maior batalha de rima em presença digital do país -, além dos MCs Neo, Jotapê, Guri, Bask, Levinsk e Barreto que tornaram possível uma roda de freestyle no Lollapalooza Brasil.