BARRA E O REGIONALISMO NO STREETWEAR
O cenário de marcas do streetwear brasileiro guarda segredos em suas prateleiras, nos últimos anos vimos marcas se consolidarem num mercado emergente.
O cenário de marcas do streetwear brasileiro guarda segredos em suas prateleiras, nos últimos anos vimos marcas como High, Class, Piet e Pace se consolidarem num mercado emergente que possui consumidores preocupados com qualidade, estética e discurso.
Um desses segredos chama a atenção por direcionar sua atuação não para as referências das grandes grifes e marcas estrangeiras, mas para o próprio bairro.
A Barra Crew é uma marca brasileira com atuação no segmento streetwear, baseada num bairro de ares caiçaras, a Barra do Jucu um dos bairros mais importantes da cidade de Vila Velha no Espírito Santo.
Para fundamentar o título de marca regionalista, olhamos para as últimas coleções da marca e tentamos estabelecer uma linha de sentido entre elas, notamos nas estampas, nos produtos, nos editoriais e no discurso, atuações que nos levam de encontro a algo incomum no globalizado streetwear brasileiro: uma valorização do lugar de onde se fala. Isso se dá num momento em que no Brasil, símbolos nacionais foram destituídos de seus reais significados, proporcionando um esvaziamento na sensação de pertencimento local.
A marca então direciona sua atuação para assuntos pouco preteridos por suas concorrentes do segmento, jogando luz sobre a cultura local, marcando, simbolicamente, um território para fazer frente de resistência ao movimento de colonização na moda, onde o que se veste não tem relação com o seu local, o que se fala não é claro para o povo que realmente consome, o que se escuta não é nativo de onde se vem e o que se produz é releitura de um streetwear que fala de ruas norte americanas e européias.
Nosso desejo é que a Barra Crew permaneça olhando para as ruas do próprio bairro e que isso vire tendência em nosso país, tão rico em cultura e com uma síndrome de vira-latas que assola também a moda.
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