Nascida na Bahia, Larissa Luz já fez parte da banda Ara Ketu entre 2007 e 2012. Além de cantora, compositora, produtora e atriz, tem sua voz ativista marcante, pautando temas que abordam especificidades da vida de mulheres negras a partir do seu trabalho.
Suas músicas trazem referências do Bahia Bass, com batidas eletrônicas como do trap, do funk e batidas do axé.
A artista se apresentou no Festival Turá, em São Paulo, e conversou com o Portal Rap Dab após o seu show sobre a sua carreira e a importância da representatividade na arte.
Larissa hoje é uma das apresentadoras do Saia Justa no GNT, um sofá que está cada vez mais representativo e já é um marco importante, em meio aos programas de opinião e grandes nomes que passaram por lá. Atualmente o elenco é construído por: Luana Xavier, Astrid Fontenelle, Larissa Luz e Sabrina Sato.
O sofá
Larissa conta que não é um trabalho fácil expor o seu pensamento em pautas tão relevantes toda a semana, ao vivo para o público:
“A princípio eu sempre fui muito relutante na questão de dar entrevistas e opinião. Gosto de escrever, gosto de elaborar o pensamento antes de falar, então o ao vivo me desespera. Lá você precisa elaborar e concluir assuntos tão profundos e relevantes de uma maneira eloquente e rápida, para mim é desesperador, mas achei bom encarar o desafio. Quanto mais a gente ocupa, tem voz e espaço é melhor, mesmo sabendo os riscos que isso nos impõe. Quis aproveitar a oportunidade, sou da coragem e achei que iria ser importante”, comenta a artista.
Ela conta sobre a importância da arte em sua vida, suas referências e suas inspirações.
“Estar em outros lugares e outras instâncias, criar outras frentes, sempre fui da multilinguagem. Faço teatro, cinema, escrevo e sempre quis construir uma carreira que fosse multi, acho sustentável, venho com poemas, com musicas e levo a arte para o debate”.
Suas raízes
“Os blocos Afro são a matriz e referências da minha música, há a releitura de artistas da Bahia, sempre faço essa reverência. A percussão é o coração da Bahia, pagode, samba reggae, conto a minha história que tem base lá, nasce em Salvador. […] Eu não faço arte para ser famosa ou para ser celebridade, faço para transformar narrativas, pessoas, para atravessar, para emocionar, para causar alguma coisa. Sempre foi isso, queria trabalhar com arte e transformar ela em ferramenta”.
Algumas cenas do show de Larissa Luz:
O Festival Turá promoveu encontros de artistas de todo o Brasil para um público que já estava há tempos sem encontrar os seus ídolos da música.
O evento promete voltar no ano que vem, celebrando ainda mais a diversidade de vozes e culturas.