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Festival Turá: Entrevista com o rapper Xamã 

Se o mundo da música tem seu destaque, o rap já tem o seu malvado favorito. Xamã, o carioca com rima no sangue, conversou com o Portal Rap Dab

Encontrando o artista no camarim, ainda decidindo qual seria o seu look, a escolha de um colar com pedras coloridas deu início à conversa com um dos nomes da música mais aclamados no rap, Xamã, Geizon Carlos da Cruz Fernandes, 33, se preparava para a sua apresentação no Festival Turá, quando o sol ainda estava forte lá fora. Sua entrada foi às 14h30 do sábado (02/07), era preciso óculos escuros para enxergar o malvadão do rap mandar a rima no palco.

Desde o esmalte preto nas unhas, joias no pescoço e o principal, os versos  que parecem já ficar à vontade em sua boca, o show de Xamã é para quem gosta de rima, diversão e de dançar. Ele pula no palco, vai para a galera, usa o seu público em seus versos improvisados, citando cores do chapéu de um fã e o olhar dos seguranças. 

FALA, XAMÃ!

Em entrevista ele comenta sobre a forma que enxerga o rap e o estilo que quer deixar marcado na cena:

“No início era uma coisa mais underground sem muita expressão […] Mas sempre fui fã do formato rock mais melódico com o violão. Esse momento que eu estou vivendo agora, que aconteceu com o TIK TOK,  é só uma das camadas da cebola.

Eu só vejo o que a rua toca, o que tem na minha rotina do dia a dia, vejo as diferenças no cinema e em quadrinhos. Coloco sobre o estilo musical que está me influenciando e no momento acho que é algo mais dançante, teve o momento mais romântico, mas no início era mais underground, de repente eu visito esse estilo de novo”.

A arte está presente em todo o caminho de Xamã, suas referências durante a conversa mostram isso, uma herança trazida das batalhas de rima do Slam.

“Eu gosto desse rótulo de romântico urbano, porque às vezes o dia a dia do trabalhador é tão difícil que ele precisa ter um romancista para fazer a trilha sonora de quando ele estiver voltando para casa, olhando a janela do ônibus ou do trem.

Acho que de uma certa forma, estou sempre em metamorfose, gosto de fazer música mais melódica, gosto de fazer poemas também. Lancei um trampo com o Major RD  pouco tempo atrás, que era o ‘Só Rock’, tipo um besteirol,  rock in roll com rap. 

Acredito que a gente agrada à todos os públicos, porque eu tento falar um idioma musical que agrada à todas as idades, entendeu? Todo mundo é bem-vindo no meu show, menos o Bolsonaro”.

Xamã ainda é o cara que saiu das batalhas de rima e, em diversas vezes durante o festival, reforçava a importância em dar atenção aos artistas locais da cidade, principalmente da cena do hip hop que fica esquecida em nichos e ainda é chamada de underground mesmo tento artistas representantes com milhares de visualizações no audiovisual e plataforma de áudio.

PISCA O OLHO E FAZ CARÃO

A música mais esperada da tarde chegou só no final da apresentação, Xamã fez juz ao apelido ‘Malvadão’ e tocou a música que carrega esse título por último em seu show.

O público foi à loucura com os passinhos de dança que geral já sabe fazer, já que a música foi sucesso no TIK TOK, plataformas de áudio e em trilha sonoras de vídeos diversos.

Roberta Sá, que também se apresentou no festival, foi chamada ao palco pelo rapper para recitar uma rima que carrega a proposta do evento patrocinado pela Hering.

Xamã que colou na escrita através da poesia, coleciona prêmios de concursos literários e já lançou um curta-metragem de terror. A arte sempre esteve presente na vida do rapper, mas o seu maior sucesso é o  ‘Malvadão 3’,  lançado no final de novembro de 2021. Música que teve seu nascimento explicado pelo artista, relatando que a canção  surgiu de forma descontraída dentro do estúdio com alguns amigos fazendo freestyle.

O Festival Turá trouxe o cantor que tira das ruas toda a experiência para criar a sua arte, unindo ainda mais o público diversificado que estava cantando e se divertindo com as suas inspirações.

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Ana Carla Dias

Jornalismo e Direção de Arte

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