Com apenas 17 anos, cantora negra comemora abertura de seu primeiro negócio em meio à pandemia e, sua introdução no mundo empreendedor

Você já deve ter ouvido sobre a importância da representatividade de ‘minorias’ na mídia, na música, nas artes, na publicidade, nos Business. Mas já parou para pensar no que isso quer dizer na prática? Guetta Finelly, dona de uma voz grave, dançarina e com apenas 17 anos já está fazendo barulho no mundo da música e agora dos negócios. 

A cantora ganhou visibilidade na internet primeiramente como dançarina, postando vídeos dançando diversos funks, chegando a participar de festivais, e recentemente causou grande repercussão com vídeos informativos sobre cultura negra e afro-brasileira no Tiktok, foi pioneira num projeto de funk consciente só com mulheres no Brasil e no mundo, Lendárias, e por sua vez conta com uma participação marcante num dos maiores sets de funk do ano de 2020, Homenagem aos Relíquias, que possui 3 edições, sendo a última apenas com mulheres cantando por 11 minutos, que já conta com mais de 2 milhões de visualizações no YouTube, onde Guetta conquista destaque com versos marcantes que conquistaram o público.

Começar a se jogar como empresária não foi uma decisão de uma hora pra outra. “Não há incentivo, nem na música e nem nos negócios, a indústria ainda não acordou para a potência que a gente tem no empreendedorismo e na compra, a minha inspiração acaba sempre sendo eu mesma, já que meus referenciais de artistas negras empresárias são em sua maioria exemplos que parecem distantes da minha realidade, pela diferença de idade e relevância dessas cantoras. No meu caso, não tive apoio da família, amigos próximos ou favores, estou construindo do zero, com trabalho duro, suor, dedicação e muita fé. Porém nem sempre foi assim, discursos motivacionais não me ajudaram a fazer alguma coisa, pois eu sei o que é você estar numa cama, e passar o dia inteiro imobilizada, sem sequer ter forças pra levantar, como se estivesse em estado vegetativo sem diagnóstico, e não ter uma palavra de conforto ou motivação pra sair disso, e ouvir que basta apenas força de vontade pra fazer acontecer, não é bem assim.

Então eu quero incentivar à outras jovens como eu, mas sem discursos sensacionalistas, porque eu sei na pele, o que é viver assim e que essas frases de autoajuda não tem efeito em realidades como essa. Estou começando com uma sementinha, um espaço pequeno pra entretenimento e lazer, para que essa semente cresça na tentativa de equilibrar a balança da diversidade, pra que cada vez mais mulheres pretas sejam as protagonistas da sua própria história, eu sonho com esse dia”, pontua a paulista e ainda cita Maggie L. Walker, primeira mulher afro-americana a abrir um banco e servir como sua presidente nos Estados Unidos, “Quem é tão limitado e cerceado na corrida da vida, na batalha por pão, carne e roupa, quanto a mulher negra?”. 

Guetta Finelly – Foto: Reprodução


A idade da artista pode assustar, mas a relação de Guetta Finelly com o trabalho começou muito cedo.

“Trabalho desde os 12, já fiz bico de tudo, de recepcionista, atendente, modelo, já vendi gelinho na porta de vestibular, já fui até cuidadora, passeei com cachorro, qualquer coisa pra tirar um troco, sempre tive em mente que só não podia ficar parada, mas também não romantizo isso, sei que meninas negras trabalham desde novas em sua maioria, e com situação bem pior do que a minha, muitas das vezes entrando em estatísticas que eu não quero nem citar, aconteceu com amigas minhas, e também sei o que é não conseguir nem levantar da cama, então não romantizo o trabalho infantil, sei que não é o certo, e também tenho consciência do que isso é fruto… temos que preservar a infância das nossas crianças, principalmente das nossas meninas pretas”.

Para não perder nada da trajetória da voz que é aposta da nova geração do funk e trap, e a inauguração do seu primeiro lounge, que será no sábado, 5, acompanhe a cantora nas redes sociais. 

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