Sociedade

Spike Lee mostrou em “Ela Quer Tudo” que uma boa obra visual precisa andar junto de grandes músicas

Quando estreou como diretor cinematográfico, Spike Lee além de fazer uma grande obra estética visual, trouxe muita referência em Black Music

“Ela Quer Tudo” (“Shes’s Gotta Have It”, título original), é uma série original da Netflix e está disponível em 2 temporadas. Criada pelo, hoje, já consagrado diretor cinematográfico Spike Lee.

Em 2017, Spike estreava na função de diretor e, apresentou não só um show de direção nas cenas; sem dúvida também ajudou muita gente aumentar a playlist. O ícone do cinema estadunidense está com 63 anos atualmente.

Falando sobre os seus amores, desilusões, dificuldades financeiras e muito sobre feminismo negro, assim a atriz protagonista Dewanda Wise, 36, que interpreta a artista Nola Darling, tem sua história acompanhada por muita música boa e, principalmente, por músicos negros.

A série se passa no Brooklyn – New York -, afinal é o distrito mais populoso da cidade e famoso pela carga cultural e grande presença negra, certamente, tudo isso é representado sobretudo pela trilha sonora da produção.

E a playlist não fica apenas no plano de fundo, Spike Lee trouxe ela para imagem na tela, ou seja, colocando a capa dos álbuns e cenas dos artistas originais interpretando suas canções, conforme a série vai se passando. Por exemplo: Miles Davis, Roberta Flack, Siolange, Sy Smith, Prince e Roy Ayers Ubiquity estão lista, bem como outros vários que somam a maioria em artistas negros.

Outros nomes consagrados, como Frank Sinatra, Madonna e U2 também garantiram o seu lugar. Além disso, neste ano completam-se 40 anos que o astro fez um dos primeiros trabalhos, com o fim de rebater o racismo de “O Nascimento de uma Nação” (filme mudo de 1915), com o curta The Answer  lançado em 1980 e, com a duração de 10 minutos.

Spike Lee já está conhecido por marcar a sua cor no tapete vermelho

Aquele famoso “Com licença, mas vou entrar mesmo se você não quiser”, certamente está no DNA de Spike

Nos longas “Infiltrado na Klan” e “Malcolm X”, o diretor já deu sinais sobre o seu apreço em abordar temas que debatam questões raciais, em virtude de sempre gerar discussões nesse tema em seu público.

Em “Ela Quer Tudo”, a personagem Nola Darling é artista visual e também professora, mostrando que a tinta, usada em seu pincel na produção de lindas telas, tem muito a ensinar.

Em outras palavras, aproveita para abrir várias questões a respeito da coloração da sua pele, onde preconceitos podem ser quebrados de fato, mas precisam de mais artistas sendo representados em papéis como esse nas telas de cinema ou plataforma streaming, de tal forma que ocorra mais avanços. 

Spike Lee dirigiu uma obra que faz bem aos olhos, ouvidos e, principalmente, as nossas ideias. Bom mesmo é aumentar a playlist com muita Black Music e entender de fato um pouco mais das raízes de determinados gêneros musicais.

A série foi inspirada em um longa-metragem de 1986, mas com toda a certeza se faz necessária na nossa atualidade, já que temas como feminismo e racismo ainda necessitam de muito debate.

Agora, em primeiro lugar aumente o som, abra a mente e curta a playlist da série:

https://open.spotify.com/user/spotify/playlist/37i9dQZF1DX5suUKdLE6Cy?si=6TtCreWPRuCfm5GjL0okpw


Enfim, confira também:

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Ana Carla Dias

Jornalismo e Direção de Arte

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