Diante dos muitos debates no Rap nesses últimos dias, teve um que passou quase que em branco, salvo os gritos isolados do Twitter. Esse problema aparece quando alguns adeptos do rap, seja ele artistas, fãs ou pessoas envolvidas com a comunidade, teimam em “zoar” pretos ou favelados que fazem ou fizeram faculdade. E esse desrespeito vai de encontro a uma geração de negros e favelados que buscam no ensino superior uma forma de ascensão social.
Por exemplo, o rapper milionário Quavo, dos Migos, que aos 29 anos decidiu se formar no ensino médio. “finalmente, posso dizer que me graduei da escola secundária, na classe de 2020. Estou entusiasmado. Agora, para que universidade devo ir?”, indagou o rapper na descrição da postagem.
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Estudos indicam que pessoas que fazem faculdade aumentam suas aquisições financeiras em duas ou três vezes mais. E não, não devemos por somente a música ou o esporte como maneiras de mudar de vida, a cena antiga do rap entendia isso.
Para fazer uma faculdade o preto, pobre ou favelado enfrenta muitas coisas, entre elas, o racismo e a desigualdade que são gritantes. Com isso, eles precisam de incentivo, principalmente de uma cultura preta.
O esforço para incentivar uma criança a gostar de ler ou coisas do tipo é necessário. Mas nem todo mundo quer fazer faculdade, não é? Pergunte a uma criança o que ela quer ser quando crescer e ela te responderá falando uma profissão, algumas dessas atividades necessitam faculdade.
Favela, fazer faculdade não é se tornar um playboy, é buscar lugares de espaço que no futuro ajudarão os seus. Em entrevista recente o Djonga falou sobre como fazer faculdade o ajudou a escrever suas letras.
Para ocuparmos todos os lugares da sociedade é necessário também a representatividade, não vamos conseguir isso não dando incentivo, de alguma forma, para adolescentes, jovens e crianças. Parafraseando Mc Cabelinho, acredito que todos do rap deveriam ficar felizes vendo um preto se formar na faculdade.