Vivendo em época perturbadora e em isolamento social, Froid chega reflexivo e calmo em seu novo álbum “Oxigênio (Corona Disco).”
Com o intuito de registrar o atual momento de nossa vivência, Renato traz linhas mais tranquilas na maioria de suas faixas; podendo ser considerado um de seus melhores projetos musicalmente falando; sendo seu 7º álbum na carreira e sexto projetado por sua gravadora, ALASKA.
Totalmente filosófico e sem contradições em suas construções, o rapper mineiro mostra sua autenticidade ao falar sobre assuntos delicados e de profunda importância. Abordando em forma de poesia todas as suas indagações e pensamentos, baseados no momento de quarentena.
Com cerca de 3 vídeo clipes já lançados; também foi disponibilizado o interlúdio “O Filho da Zica I e II”. Com histórias da senhora Conceição Jovelina Siqueira “zica”, cuidadora de crianças no bairro União (Belo-Horizonte), que conta algumas das historias sobre a infância de Renato.
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Saudades do boombap?
“Os rios alagam casas, drama
Deuses brincando de autorama
Um diamante abaixo de Gana
Fez um homem branco inventa o diploma
Só pra não encosta na lama
Essa eu pensei na Califórnia
Li num para-lama”
Recheado de ideias que só poderiam vir da mente do Renato, o projeto conta com 10 faixas sólidas e autorais; rimando em cima do boombap em diversas canções, mesclando com uma grande variedade de flows e métricas.
Aproximadamente com meia hora de cronologia e realidade, Froid chega cadenciando suas conotações e apresentando um áudio visual impecável, com histórias construídas e certamente bem encaixadas. Revelando o fato que relatou no single “Teoria do Ciclo da Água” lançado em 2018, desse modo indagou:
“Garota eu vou pra Califórnia
No final das férias
Eu enjoei do rap, vou estudar Cinema
Vou escrever poema só pra quem me ama
Não mais trocar ofensa com esse gente estranha”
Apresentando um áudio visual cada vez mais completo e variado, revelando certamente que se o Froid está estudando cinema, ainda que seja no Brasil ou na Califórnia, está dando certo e isso se reflete em suas poesias, clipes e RAP.
Analogias e representatividade
Em princípio com o efeito de trazer analogias e representação, o vídeo clipe da faixa “Inverno feat Cynthia Luz”, conseguem retratar a forma mais pura de arte. “Era pra parar, mas a gente continuou / Pra onde vamo’ quando o vento forte passar amanhã?”.
A canção teve seu áudio visual gravado no município de Machacalis-MG, com a finalidade de representar o visual da localidade; (nome em homenagem a tribo indígena Maxakali). É uma cidade do interior do vale do Mucuri próximo a divisa com a Bahia, uma mistura de cultura mineira, baiana e indígena.
Atualmente, os maxacalis estão vivendo em três território delimitados no Vale do Jequitinhonha, segundo pesquisa. No entanto estão vivendo num espaço pequeno e que não possui água potável. A tribo indígena infelizmente vive em estado de miséria e abandono do governo, assim como muitas tribos do território brasileiro. (Fonte: Wikipédia)
Contudo o álbum “Oxigênio (Corona Disco)” além de seu alto nível técnico contou com participações de peso, assim como: Clara Lima, Rincon Sapiência, Hot e Oreia, Santzu, Sampa e Cynthia Luz. De fato com alto nível em sua produção nas bases do DJ LM e também do Froid que está se completando ainda mais como artista, a cada projeto lançado. Disco foi mixado pelo DJ LM.
Ouça agora toda as faixas no Spotfy ou Youtube:
