Gustavo Pereira, o mineiro torcedor do Atlético-MG, com 25 anos de idade chega com seu quarto álbum de estúdio. “Histórias da Minha Área” com uma produção linda do Coyote Beatz , que traz uma capa representativa, com grande reflexão mais uma vez, assim como nos anteriores. Além de 10 faixas inéditas lançadas exatamente no mesmo dia dos demais projetos, 13 de Março.
“Nem é cedo demais pra saber que a vida é desgraçada aqui.”
Assim em faixas totalmente fortes, com participações que encaixaram perfeitamente nas músicas, Djonga traz sua realidade expressada através do seu ponto de vista, traduzindo toda a sua vivência em forma de arte, lançando decerto um dos melhores álbuns do ano. Mesmo sabendo que ainda estamos no começo.
Acima de tudo Gustavo traz empoderamento para seu povo, ressaltando a força das periferias brasileiras, dos negros em meio ao país racista, com um presidente que prega o contrário da união, do amor, que é em grande parte propósito álbum.
Em sua primeira faixa, com as palavras do rapper na entrevista para o canal Multishow, O single “O Cara de Óculos” além da voz afinada e tocante da cantora Bia Nogueira, faz alusão a pessoa que é no momento o dono da parada, o chefe do morro, o dono da empresa. É considerado o cara de óculos, quem é o patrão.
Desde homenagem aos irmãos que se foram de maneira precoce, relembrando a saudade, como na faixa “Não Sei Rezar“. Ou em tiração de onda, trazendo a importância de suas raízes, ressaltando que seu bonde está em “Oto Patamá”. Referenciando o jogador do flamengo Bruno Henrique, em sua terceira faixa, atacante nascido em Belo Horizonte, e que agradeceu a menção do rapper mineiro em sua composição:
Originalidade nos versos
Até música de sofrência o mano Djonga lançou em seu novo projeto, como na faixa “Todo Errado”, que em outras palavras ditas pelo MC: “Música de corno, acho que faltava isso no rap , não sei se alguém já fez, mas estava falando um chifrudo, um cara vir falando sobre sofrimento de um corno”. Não precisamos dizer mais nada, apenas ouça e reflita! HAHA
Em seguida, após quatro faixas trazendo certa reflexão, NGC Borges sob o mesmo ponto de vista traz versos sobre os bailes de favela, e preconceitos diários como: “De onde esses preto veio com essas lalá? / Tá muito bonito, acho que começou a roubar”.
O padrim Fabrício FBC completam a faixa dando o papo mais consciente, maduro que só quem está a anos na caminhada, consegue passar.
“Nós é nós, amigo, não se confunda
Gerando euros, eles na crise profunda
Pra tá vivão, lealdade ajuda
Já que os amigos de sexta são os mermo da segunda”
Não apenas falando sobre as abordagens policiais, como também enfatizando a forma covarde que a instituição trata o povo preto, de periferia, apenas por estar certos lugares públicos, ou por conquistarem algo que na visão dos racistas, jamais seria de direito. Como carros de luxo, jóias, dinheiro, posição relevante em grandes empresas multinacionais, ou estampando a capa de uma revista.
Por mais que o disco aborde temas variados de sua área, a forma que Djonga encontra para falar de amor, remete a participação do funkeiro “DON JUAN” na faixa “Mania”; Que mistura putaria com romance, trazendo linhas amorosas de um cafajeste, que apenas ama a sua fiel companheira.
“Eu te ensino a dar passos, me ensina a caminhar
É que se a gente não anda junto tem risco de se perder”
Faixas finais
“Procuro Alguém” música totalmente melódica e feita em especial para uma mulher, sua filha Iolanda. Mesmo que pareça feita para sua esposa Malu, os versos fazem alusão a todo amor que Gustavo está sentindo no momento em sua vida, principalmente com o recém nascimento de sua filha, e lançamento do seu quarto álbum.
“Cristal” rapper que está começando a se destacar na cena do trap, chega junto na faixa 09 “Deus Dará”. Com toda sua originalidade e empoderamento de mulher preta, mandando um flow cadenciado, encaixando totalmente na vibe do novo projeto “Histórias da Minha Área”.
Enfim em sua última faixa, Djonga traz versos sobre a saudade que sente de sua casa, com a rotina diária que o mantém pelas ruas do Brasil, lotando casa de shows, levando públicos ao ápice de uma noite completa, jogando fogo nos racistas, porém cortando gritos vazios como: “Ei, Bolsonaro vai toma no c*”, precisamos ser mais “inteligentes”. Este é a nova forma de visão e de expressão no novo projeto!
“Amor, sinto falta da nossa casa
Mas logo eles me esquecem, ninguém é novidade pra sempre”.
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